A internet tem sido um importante instrumento para conhecer outras culturas, aprender idiomas, planejar viagens, sobretudo, facilitar a vida de quem gosta de viajar de maneira barata. Se você se encaixa nesse perfil, conheça o site Couch Surfing (surf de sofá) – uma rede social internacional que visa conectar viajantes mundiais.
O projeto iniciou em 2003, com o intuito de intercâmbios culturais e dividir a moradia de forma compartilhada. Com a possibilidade de conhecer pessoas de todo o mundo sem precisar sair de casa, isto é, o site faz a ponte entre turistas que querem hospedagem de baixo custo durante uma viagem e pessoas que gostariam de receber esses visitantes.
Além do site da comunidade eles oferecem aplicativos para smartphones e tablets com sistema Android e iOS, o que pode ajudar durante a viagem
FUNCIONAMNETO:
O viajante – o Surfer – ao invés de pagar hotel dorme em um sofá/cama na casa de alguém desconhecido do lugar que deseja conhecer, ou seja, o viajante fica como hóspede na casa de alguém que quer ser o seu anfitrião, através do contato via site. O anfitrião tem a oportunidade de conhece outra cultura e o viajante conhece a vida local. O site Couch Surfing não tem fins lucrativos. De acordo com o site, recebe as doações dos usuários para se manter.
Os anfitriões não podem cobrar para hospedar os viajantes, senão o propósito da rede se perde. A pessoa pode se negar a receber os candidatos a hóspedes. Ninguém é obrigado a hospedar alguém se não sentiu aquela confiança. Outra coisa legal do Couch Surfing é que os viajantes podem avaliar uns aos outros – tanto quem já recebeu quanto quem se hospedou. Também é possível colocar fotos e textos sobre as experiências. O legal do site é que existe até sistemas de pontuação que mostra se a pessoa é bom hóspede e/ou bom anfitrião.
Quem: Jacqueline Oshima, 22 anos
Onde surfou: Dublin, Berlim e Marrakech
Depoimento: “Vivemos numa sociedade cheia de medo e preconceito, sendo que, na verdade, o ser humano é generoso por natureza”.
Dica: Veja se suas expectativas batem com a do seu parceiro de aventura. “Já surfei indo para um congresso profissional, então nem adiantava pedir abrigo para uma pessoa que queria ir para a balada”, afirma. Nem tudo são flores
Quem: Shannon Garland, 29 anos
Onde surfou: São Paulo
Depoimento: “Conheci uma mulher aqui, no Brasil, porque ela também gosta de fazer trilhas. Esse tipo de atividade pode ser muito bom pra quem é novo em uma cidade”.
Dica: “Para conseguir mais detalhes sobre alguém, mande uma mensagem direta no site. Também é uma boa escrever para outros que se hospedaram no local a que você quer ir, confirmando as referências do perfil”.
COMO VIRAR SURFER:
Crie seu perfil na comunidade: O primeiro passo é se inscrever nesse site aqui ou na página no facebook. Em seguida, perguntarão se deseja fazer uma contribuição para o site - isso NÃO é obrigatória para fazer parte do Couchsurfing - simplesmente vá para a próxima tela; Será solicitado que você preencha um extenso formulário com suas informações, viagens, hobbies, cachorro, papagaio e periquito. Existe a opção de pular a vários itens, mas é recomendável que você responda tudo para ser confiável.
Poste também algumas fotos suas em diferentes situações. Você também marca se tem disponibilidade para receber turistas em sua casa e, caso positivo, você pode escrever uma descrição do seu “sofá e pode pedir par que os interessados enviem informações mais específicas sobre eles.
PROCURE SOFÁ OU SURFISTAS:
É hora de procurar por hospedagem mundo afora ou por pessoas que precisem de um lugar para dormir na sua cidade. Basta escolher no menu as opções “Surf” ou “Host” e digitar o nome da cidade no campo de busca. Você também pode definir diversos filtros para refinar as buscas por sexo, idade, número de pessoas viajando juntas, etc.
Encontre pessoas parecidas com você. Achou o sofá perfeito? Ótimo, agora é hora de solicitar a estadia. Escreva uma mensagem bem simpática para a pessoa, conte um pouco da sua história, explore pontos em comum. Se tudo der certo e a pessoa quiser te receber, vocês devem começar a trocar mensagens e combinar os detalhes. Seja específico quanto às datas e horários de chegada e partida. Tenha anotado o nome, número de telefone e endereço e pergunte a melhor forma de chegar até a casa dele. Além disso, pesquise alguns hotéis próximos à área onde você vai ficar e anote os endereços, pois nunca se sabe quando o host vai ter um imprevisto e cancelar de repente.
Se você iráreceber alguém, prepare o sofá/quarto para a chegada e faça o possível para dar instruções claras de como encontrar você. Afinal, estamos falando de estrangeiros visitando o Brasil, um país que sofre com problemas de transporte público, falta de placas e pessoas que podem dar informação em outros idiomas.
Se alguma coisa te deixar desconfortável, converse com seu anfitrião ou hóspede imediatamente. É provável que muitas situações estranhas e desconhecidas para você surjam por causa do choque cultural. Isso é comum, por isso é importante que vocês conversem para resolver esses problemas e ter uma experiência agradável para ambas as partes.
Quando tudo acabar, é hora de voltar ao site e contar para outros surfistas como foi a experiência. Caso a pessoa tenha sido legal, deixe um comentário positivo para que todos saibam que vale a pena receber ou se hospedar com aquela pessoa. Isso ajuda a tornar a rede mais segura e confiável. Da mesma forma, se sua experiência foi catastrófica, não deixe de contar.
Em várias cidades possuem encontros semanais chamados meeting, para pratica da conversação e experiência cultural entre locais (host) e turistas (surfistas).
OUTROS SITES:
Na mesma “vibe” de intercâmbio cultural, existe o site Hospitality Club, fundado em 2000. São mais de 328.000 membros de 207 países. Nesta rede além da hospedagem, faz parte da “ajudinha” um banho quente, um passeio pela cidade, a ida a um bar legal, outras maneiras de aproximar as pessoas.
Se você além de mochileiro é cicloturista, os participantes do Warm Showers vão oferecer uma “ducha quente” pra você! Além do site da comunidade eles oferecem aplicativos para smartphones e tablets com sistema Android e iOS, o que pode ajudar durante a viagem com a bike.
Economize, faça novos amigos e veja o mundo de uma perspectiva local é o lema de outra comunidade que oferece hospedagem gratuita ao redor do mundo, a Global Freeloaders.com.
DICAS PARA CONSEGUIR HOSPEDAGEM:
1 – Tenha um perfil completo, atraente, sem erros de ortografia, com muitas fotos:
Se você me parece ser alguém interessante, eu vou querer te conhecer. Se eu achar que somos altamente compatíveis, ou que você tem algo pra ensinar que eu esteja justamente interessada em aprender, eu vou dar um jeito de te arrumar um lugar em casa. No mínimo, vou propor uma data alternativa pra tentar te encaixar de algum jeito. E eu vou sentir que você é alguém que se investiu pra realmente fazer parte da comunidade, e não alguém que fez um perfil de qualquer jeito e de última hora, só pra arrumar um lugar pra ficar de graça.
2 – Capriche na mensagem de pedido, o “couchsurfing request”:
Ponto importantíssimo. Se sua mensagem for muito genérica e tiver aquele jeitão de ctrl+c/ctrl+v, suas chances de botar o pé aqui em casa diminuem consideravelmente. Às vezes até faço uma exceção pra quem tem um profile bem interessante. Mas sempre tente conquistar o anfitrião comentando sobre as coisas que você leu no seu profile. Use essas informações pra dizer porque esse possível encontro vai dar liga, faça um elogio sincero. Mesmo porque não é legal ser hospedado por alguém que não tem nada a ver com você. Diga por favor e obrigado. Todo mundo gosta de se sentir especial, e nós não somos diferentes. Já hospedei muitas pessoas sem referência alguma só porque fui conquistada pela mensagem de pedido.
3 – Use um bom timing:
Não peça hospedagem com mais de três semanas de antecedência. Entre 7 e 10 dias é um tempo ideal, na minha opinião. Em primeiro lugar, porque minha casa não é hotel. Segundo, porque eu não tenho como saber se daqui a três semanas eu vou querer viajar (principalmente durante o verão), se vai rolar uma festival, se eu vou ter que trabalhar de fim-de-semana…
Pedir hospedagem de última hora é também mais arriscado, já que eu posso ter feito outros planos.
4 – Consiga referências:
Você pode fazer como eu, e antes de usar o serviço como hóspede, abrir sua casa como anfitrião para ir construindo uma reputação na comunidade. Ou encontrar um amigo que também esteja cadastrado, e trocar referências. Mas só faça isso com gente que você conhece e confia de verdade, e em pessoa. É a sua reputação, além da segurança da comunidade, que estão em jogo.
O Couchsurfing mudou a minha vida pra melhor. E você, tem dicas, dúvidas ou experiências pra contar sobre o serviço?