Maiandeua é uma ilha no norte do Pará com praias paradisíacas, rios e um lago onde, segundo a lenda, mora uma princesa. A ilha dessa princesa guarda muitas surpresas aos turistas dispostos a caminhar, pois carros não são permitidos ali.
Partindo de Belém (PA), o turista deve tomar um ônibus (ou van) até município de Marudá (PA) e, de lá, um barco que levará 40 minutos até Algodoal, a maior vila da ilha. Maiandeua é uma Área de Preservação Ambiental (APA) do Governo Federal e, por isso, os únicos meios de se locomover na região são a pé ou de carroça. Os barcos e os cavalos serão a primeira visão que o turista terá ao chegar ali, além de uma longa praia com poucas casas.
Todos os passos na vila de Algodoal são em areia, não há asfalto. Como é muito caro construir moradia na ilha, as pousadas apresentam em sua maioria uma estrutura bastante semelhante e simples.
Na frente da vila de Algodoal fica a praia da Caixa Dágua, onde após o pôr do sol, barracas de bebidas e lanches são montadas na areia e os bares e pousadas de frente para o mar começam a tocar música em alto (muito alto) e bom som. Pelo menos durante a alta temporada, o reggae domina a região e não se ouve brega ou techno brega, ritmos populares no norte. O carimbó é popular, mas é preciso procurar, os nativos saberão indicar onde o turista pode ouvir música local.
A maior e mais preservada beleza da ilha é a praia da Princesa, que é deserta. O trecho anterior é conhecido como praia da Princesinha, onde os turistas passam o dia. Apesar de desabitada, ela é contornada apenas por bares. Para chegar ali, o turista caminha de Algodoal até o fim da vila e, se a maré estiver alta, paga a um canoeiro para atravessar um canal pagando 2 reais.
Quando a maré está baixa dá para atravessá-lo com a água na altura do joelho. Outra maneira é ir de carroça, mas é caro e pouco confortável. Do canal o visitante ainda caminhará por mais 15 minutos até chegar aos bares, quando terá a árdua tarefa de escolher um deles para passar a tarde alternando mergulhos, drinques e petiscos.
Após os bares, começa a área deserta da praia da Princesa, vazia e tranquila. A faixa de areia é larga e, quando a maré baixa, piscinas naturais se formam ao longo de seus 14 quilômetros. Nas áreas mais isoladas ainda há ocorrência de desova de tartarugas e os peixes são abundantes no mar. É comum mergulhar ao lado de cardumes.
Saindo da praia da Princesa por uma trilha de dois quilômetros de areia fofa por meio as dunas, o turista chega ao Lago da Princesa, de água escura e propícia para banho, também conhecido como lago de Coca-Cola (devido a cor). Ele fica entre dunas de areia, com vegetação em volta, e a temperatura agradável da água, assim como a paisagem exótica, atraem muitos banhistas que preferem a água doce. Na margem durante a alta temporada, há dois bares que servem refeições, mas na praia há mais variedade.
Uma lenda local conta que, nas noites de lua cheia, uma princesa aparece sobre as águas do lago vestida de branco e aquele que ousar olhar em seus olhos é seduzido e levado para o fundo.
Há opções boas para comer na ilha (por 15 reais). Os restaurantes e mesmo as refeições são simples, mas saborosas. Os peixes mais populares são a pescada e o gó, mais salgado, além de camarão e siri. Os pratos típicos do norte, como vatapá, tacacá e maniçoba são muito oferecidos. Leve dinheiro em espécie, apenas alguns bares e restaurantes aceitam cartões de débito/crédito.
Do outro lado da ilha fica a vila de Fortalezinha, com estrutura turística precária - apenas duas pousadas e praias de mangue. Só os turistas mais aventureiros se arriscam a chegar ali por uma trilha de 11 quilômetros pelo meio da ilha.
Como chegar
Via município de Maracanã (PA) ou via município de Marudá (PA), a 182 km de Belém. Do terminal rodoviário de Belém saem ônibus regulares e vans (que custam mais caro mas são mais rápidas). Do porto de Marudá saem barcos até às 17h. Chegando em Algodoal, o turista pode seguir de carroça ou a pé.