O Carnapauxis e seu símbolo, o Mascarado Fobó, ganharam em 2008 o status de Patrimônio Cultural e Artístico do Pará, de acordo com a lei nº 7.225/08 sancionada pela governadora Ana Júlia. A folia momesca ocorrida todos os anos na cidade de Óbidos, oeste paraense.
LEI 7.225:
Declara como patrimônio cultural e artístico do Estado do Pará, o “CARNAVAL CARNAPAUXIS” e seu símbolo, “Mascarado Fobó”, no Município de Óbidos e dá outras providências.
A Assembléia Legislativa do Estado do Pará estatui e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° Fica declarado patrimônio cultural e artístico do Estado do Pará, para os fins previstos nos arts. 17, inciso III, 18, inciso VII e 286, incisos I e II da Constituição do Estado do Pará, o “CARNAVAL CARNAPAUXIS” e o seu símbolo “Mascarado Fobó”, como forma de expressão cultural e artística do Município de Óbidos.
Art. 2° Esta declaração objetiva:
I - a preservação, conservação e proteção às formas de expressão, objetos, documentos, fantasias, danças e músicas do “CARNAVAL CARNAPAUXIS”;
II - inclusão do “CARNAVAL CARNAPAUXIS” e o seu símbolo “Mascarado Fobó” nos calendários cultural, artístico e turístico anual do Estado do Pará.
I - a preservação, conservação e proteção às formas de expressão, objetos, documentos, fantasias, danças e músicas do “CARNAVAL CARNAPAUXIS”;
II - inclusão do “CARNAVAL CARNAPAUXIS” e o seu símbolo “Mascarado Fobó” nos calendários cultural, artístico e turístico anual do Estado do Pará.
Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, 24 de novembro de 2008.
ANA JÚLIA CAREPA
Governadora do Estado
Governadora do Estado
HISTÓRIA:
O Carnaval obidense teve início no fim do século XIX e início do século XX, em que folguedos carnavalescos eram exercitados entre as famílias tradicionais e muito usados no Nordeste, sendo que estes folguedos vieram de Portugal, chamados “ENTRUDOS”. O ENTRUDO consistia no seguinte: as famílias residentes na parte de baixo faziam desafios às famílias que moravam na parte de cima, eram traçadas batalhas nas ruas da cidade para demonstrar a alegria que se apossava de todos durante a quadra momesca.
Os brincantes da cidade baixa ou vice-versa já feito o desafio e armados de fuligem de panelas, amido de farinha, banha de porco, andiroba, anil e outras tantas desmanchadas em baldes d’água, e ainda munidos de bagaço de frutas, iam aos ataques, tanto nas ruas como visitavam as famílias desafiantes em suas residências. Estes derrubavam tudo o que encontravam e alguns apelavam para a violência, sendo contidos pelas autoridades, porém estes folguedos eram aceitos de um modo geral por todos os brincantes.
O ENTRUDO ainda consistia no seguinte: as famílias como as famílias Souza, sentavam nas calçadas da rua de Santana, hoje Alexandre Rodrigues de Souza, munidos de pedras e estrume de boi, atacavam os transeuntes que estavam bem vestidos jogando estes apetrechos estragando assim as suas vestimentas. Até o juiz da comarca. o Intendente Piranha e o advogado local Dr. Bruno, que tomando chá em sua residência foram surpreendidos com uma bacia de goma de tapioca com que engomaram suas cabeleiras e o cavanhaque, sem que houvesse qualquer reação por parte destes, porque assim determinava a tradição e a educação. Em 1918, começaram as festas carnavalescas acabando assim com os ENTRUDOS. Mas antes de 1918, temos o ano de 1884 com o aparecimento das máscaras, em 1892 o aparecimento do sujo, em 1894 o aparecimento da serpentina, em 1911 o aparecimento do lança-perfume. Em 1946 houve o aparecimento do “Zé Pereira”, música carnavalesca muito usada até hoje. Na cidade nessa época não havia os clubes, e as festas eram realizadas em casas de famílias, as músicas tocadas eram a polca, onde sobressaiam as fantasias mais luxuosas e ricas de colombinas e pierrots. Eram festas de muita beleza e riqueza. Os grandes bailes começaram depois nos salões que tinham como palco a Prefeitura local.
Depois o carnaval obidense foi sendo melhor desenvolvido a cada ano aparecendo o primeiro bloco chamado “OS ESPANADORES”, composto só de militares, tendo a frente o sargento Joaquim Sarraff de Castro e o cabo Carlinho Salgado dos Santos. Os rapazes obidenses que estudavam em Belém e Manaus vinham determinados a festejar de outro modo a quadra momesca. Apareceram assim os cordões carnavalescos e mascarados que encontravam oportunidades para fazer críticas à política e pessoas importantes da época, como fiscais de consumo da coletoria federal estadual que fizeram desaparecer o movimento artesanal da cidade por cobrarem impostos absurdos. As festas vieram especialmente para lembrar os pierrots, arlequins, colombinas, sendo que nestas festas eram feitos desfiles de fantasias belíssimas muitas vindas do Sul, trazidas pelos oficiais que vinham servir no Quartel Militar da cidade, como também de cunha formação portuguesa, o lança-perfume era usado quando um rapaz queria namorar uma moça, este a perseguindo jogava o tempo todo o lança-perfume. O Senhor Carlos da Silva Simões sempre participou de carnavais de rua e salões com fantasias adequadas.
Com a inauguração do Amazônia Clube, fundado em 1927, pelo Tenente Isaac Ferreira e com a participação da sociedade local, grandes blocos surgiram, organizados por dona Laurinha Brito, portuguesa, casada com um obidense, que morava na cidade baixa e dona Violeta Viana organizava os blocos com os moradores da parte de cima, ajudada pelo então estudante Rui Barata, que compunha as músicas carnavalescas, estes blocos faziam disputas. Amazônia Clube era muito freqüentado pelas famílias mais tradicionais da terra e pelos oficiais graduados que serviam o Quartel sendo assim um clube de sociedade obidense. Ficava onde é hoje o supermercado do Fernando Amaral, o clube acabou com a revolução de 1930.
Com o desenvolvimento da cidade, aos poucos, o carnaval foi tomando o maior vulto, tanto que em 1962, existiam vários blocos carnavalescos tanto de ruas como de salões. Os blocos de rua eram organizados, com moças, rapazes, velhos e crianças, que percorriam as ruas dançando ao som de conjuntos. Eram blocos sadios sem cachaça, brigas e empurrões, onde todos brincavam com alegria e animação. Nos salões dos clubes da sociedade como: Assembléia Recreativa Pauxis-ARPA, Mariano e Paraense, as festas também eram muito animadas e bem organizadas. Eram os clubes da sociedade, existindo atualmente a ARPA. Todos os clubes no último dia de carnaval realizavam um concurso de Rainha das Rainhas do carnaval obidense e cada candidata apresentava belíssima fantasia, este concurso era realizado na ARPA. Existiam ainda os clubes de ‘Segunda’ como eram chamados aqueles que ficavam sempre nos fins de rua.
Os blocos de rua depois de percorrerem várias ‘artérias’ da cidade, concentravam-se em frente à casa do senhor Antonio Fernandes, o conhecido Antonico Pé de Arpão, um dos mais abalizados e um dos maiores carnavalescos obidenses.
Muito mais tarde, outros tempos chegaram devendo salientar o grande carnavalesco senhor Mário Prata, que também contribui muito para que os carnavais de rua fossem movimentados. Eram blocos bem organizados, com muitas alegorias, além de variadas fantasias caracterizando como sempre o homem vestido de mulher e o tradicional dominó.
No fim da década de 70, houve varias mudanças negativas no cenário sócio, político e econômico do município, e como reflexo dessa recessão que se abateu sobre a cidade, vários clubes foram obrigados a fechar as portas ao empolgante carnaval que parecia ter encontrado o seu triste fim, ficando adormecido por quase 30 anos, pois somente em 1997, com todo apoio da Prefeitura e Secretaria de Cultura, Turismo e Meio Ambiente do Município, o carnaval ressurgiu todo o esplendor que tivera tempos atrás, começando uma nova era para os foliões.
O ENTRUDO ainda consistia no seguinte: as famílias como as famílias Souza, sentavam nas calçadas da rua de Santana, hoje Alexandre Rodrigues de Souza, munidos de pedras e estrume de boi, atacavam os transeuntes que estavam bem vestidos jogando estes apetrechos estragando assim as suas vestimentas. Até o juiz da comarca. o Intendente Piranha e o advogado local Dr. Bruno, que tomando chá em sua residência foram surpreendidos com uma bacia de goma de tapioca com que engomaram suas cabeleiras e o cavanhaque, sem que houvesse qualquer reação por parte destes, porque assim determinava a tradição e a educação. Em 1918, começaram as festas carnavalescas acabando assim com os ENTRUDOS. Mas antes de 1918, temos o ano de 1884 com o aparecimento das máscaras, em 1892 o aparecimento do sujo, em 1894 o aparecimento da serpentina, em 1911 o aparecimento do lança-perfume. Em 1946 houve o aparecimento do “Zé Pereira”, música carnavalesca muito usada até hoje. Na cidade nessa época não havia os clubes, e as festas eram realizadas em casas de famílias, as músicas tocadas eram a polca, onde sobressaiam as fantasias mais luxuosas e ricas de colombinas e pierrots. Eram festas de muita beleza e riqueza. Os grandes bailes começaram depois nos salões que tinham como palco a Prefeitura local.
Depois o carnaval obidense foi sendo melhor desenvolvido a cada ano aparecendo o primeiro bloco chamado “OS ESPANADORES”, composto só de militares, tendo a frente o sargento Joaquim Sarraff de Castro e o cabo Carlinho Salgado dos Santos. Os rapazes obidenses que estudavam em Belém e Manaus vinham determinados a festejar de outro modo a quadra momesca. Apareceram assim os cordões carnavalescos e mascarados que encontravam oportunidades para fazer críticas à política e pessoas importantes da época, como fiscais de consumo da coletoria federal estadual que fizeram desaparecer o movimento artesanal da cidade por cobrarem impostos absurdos. As festas vieram especialmente para lembrar os pierrots, arlequins, colombinas, sendo que nestas festas eram feitos desfiles de fantasias belíssimas muitas vindas do Sul, trazidas pelos oficiais que vinham servir no Quartel Militar da cidade, como também de cunha formação portuguesa, o lança-perfume era usado quando um rapaz queria namorar uma moça, este a perseguindo jogava o tempo todo o lança-perfume. O Senhor Carlos da Silva Simões sempre participou de carnavais de rua e salões com fantasias adequadas.
Com a inauguração do Amazônia Clube, fundado em 1927, pelo Tenente Isaac Ferreira e com a participação da sociedade local, grandes blocos surgiram, organizados por dona Laurinha Brito, portuguesa, casada com um obidense, que morava na cidade baixa e dona Violeta Viana organizava os blocos com os moradores da parte de cima, ajudada pelo então estudante Rui Barata, que compunha as músicas carnavalescas, estes blocos faziam disputas. Amazônia Clube era muito freqüentado pelas famílias mais tradicionais da terra e pelos oficiais graduados que serviam o Quartel sendo assim um clube de sociedade obidense. Ficava onde é hoje o supermercado do Fernando Amaral, o clube acabou com a revolução de 1930.
Com o desenvolvimento da cidade, aos poucos, o carnaval foi tomando o maior vulto, tanto que em 1962, existiam vários blocos carnavalescos tanto de ruas como de salões. Os blocos de rua eram organizados, com moças, rapazes, velhos e crianças, que percorriam as ruas dançando ao som de conjuntos. Eram blocos sadios sem cachaça, brigas e empurrões, onde todos brincavam com alegria e animação. Nos salões dos clubes da sociedade como: Assembléia Recreativa Pauxis-ARPA, Mariano e Paraense, as festas também eram muito animadas e bem organizadas. Eram os clubes da sociedade, existindo atualmente a ARPA. Todos os clubes no último dia de carnaval realizavam um concurso de Rainha das Rainhas do carnaval obidense e cada candidata apresentava belíssima fantasia, este concurso era realizado na ARPA. Existiam ainda os clubes de ‘Segunda’ como eram chamados aqueles que ficavam sempre nos fins de rua.
Os blocos de rua depois de percorrerem várias ‘artérias’ da cidade, concentravam-se em frente à casa do senhor Antonio Fernandes, o conhecido Antonico Pé de Arpão, um dos mais abalizados e um dos maiores carnavalescos obidenses.
Muito mais tarde, outros tempos chegaram devendo salientar o grande carnavalesco senhor Mário Prata, que também contribui muito para que os carnavais de rua fossem movimentados. Eram blocos bem organizados, com muitas alegorias, além de variadas fantasias caracterizando como sempre o homem vestido de mulher e o tradicional dominó.
No fim da década de 70, houve varias mudanças negativas no cenário sócio, político e econômico do município, e como reflexo dessa recessão que se abateu sobre a cidade, vários clubes foram obrigados a fechar as portas ao empolgante carnaval que parecia ter encontrado o seu triste fim, ficando adormecido por quase 30 anos, pois somente em 1997, com todo apoio da Prefeitura e Secretaria de Cultura, Turismo e Meio Ambiente do Município, o carnaval ressurgiu todo o esplendor que tivera tempos atrás, começando uma nova era para os foliões.
Fonte: XUPAOSSO, ÓBIDOS.NET,