Na região do salgado paraense uma tradição ainda sobrevive no dia de finados: a apreciação da bebida (ou mingau) manicuera... É de lei tomar!
Antigamente a manicuera, no panelão grande de barro, era muito presente nas festividades dos santos padroeiros dos municípios e na época de preparar a roça, mas, não agradou muito o paladar da nova geração (preferem breja e refri). Atualmente, a encontramos próximo aos cemitério do litoral paraense, nas cidades banhadas pelo Atlântico, sendo conhecido como o "mingau de cemitério".
Em Marapanim, durante o Finados é proibida a venda de cerveja na praça principal, pois nessa ocasião, é dia da tradicional venda da manicuera e da gengibirra
MANICUERA
Bebida de origem indígena, feita com a fermentação do suco (tucupi) da mandiocaba (mandioca maior e doce), cozida com arroz. Com um doce exótico, parecido o mel Karo.
PREPARO:
Ferva o tucupi da mandiocaba e deixe esfriar em uma vasilha (de vidro ou barro ou alumínio, esqueça de plástico), por cerca de 2h. Ficando o polvilho (goma) no fundo do vasilhame, retire delicadamente o suco (tucupi) e leve ao fogo. Quando o suco amolecer adicione arroz e macaxeira cortada em cubos até virar um xarope. Retire do fogo e beba frio.
Obs: a manicuera não pode ser ingerida depois 12 horas pronta. Pois, azeda devido ter muito amido.
Fonte: ORM, ICARO GOMES, JORNAL UFPA, SÃO JOÃO DA PONTA e PARAMAZÔNIA