Preservação do patrimônio imaterial parauára
O Pará é um dos estados mais ricos em manifestações culturais de natureza imaterial: o Círio de Nazaré, a culinária, suas danças típicas. O Patrimônio Cultural Imaterial: Festa do Círio de Nazaré (realizada em Belém e em outras várias cidades do Estado) e as Festividades do Glorioso São Sebastião (na Região do Marajó), o Carimbó.
Assim a Diretoria de Patrimônio (Secretaria de Estado de Cultura), busca legislação estadual para o tema, para que o Estado do Pará possa ter política própria de reconhecimento de suas manifestações culturais imateriais.
Desde de 2001, o Iphan trabalhado em parceria com a comunidade (gestão participativa do bem cultural e proteção). Por meio de reuniões e consultas públicas realizadas periodicamente, para: elaboração, execução, acompanhamento e avaliação das ações. A comunidade responsável pelo com processos de reconhecimento patrimonial e ações de salvaguarda (proteção do bem imaterial), reune: a Arquidiocese de Belém, Congregação de Padres Beneditinos, Comissão da Festa, associações católicas, entre outras responsáveis
REDE CASAS DO PATRIMÔNIO PARÁ |
As Festividades do Glorioso São Sebastião prestam homenagem ao santo associado às virtudes de um guerreiro, reconhecido como protetor e advogado. Assim como o Círio, essa festa ocorre em várias localidades da Região do Marajó, e pode durar de duas semanas a seis meses. Uma comissão de peregrinos percorre as redondezas do local da Festa recolhendo donativos para o santo, entoando as ladainhas. Anualmente, entre os dias 10 e 20 de janeiro, ocorrem as festividades marcadas por um ciclo de levantamento e derrubada do mastro. Simultaneamente, acontecem procissões, ladainhas, festas dançantes. Também estão associados à Festa o frito do vaqueiro, comida típica local, o leite de onça e a luta marajoara.
O Carimbó esta presentes em diversas práticas de lazer, religiosidade, manifestações artísticas, brincadeiras, festas comunitárias e familiares paraenses. É uma das mais significativas formas de expressão musical do Estado do Pará. A pesquisa de identificação do Carimbó foi feita nas regiões Nordeste Paraense, Metropolitana de Belém e Marajó, realizada pelo Iphan entre os anos de 2008 e 2013. O levantamento baseou-se em dados bibliográficos, registros audiovisuais, pesquisa de campo que possibilitou a identificação de diversos bens culturais do universo do Carimbó. Os pesquisadores visitaram mais de 150 localidades em 45 municípios, resultando em 415 entrevistas.
A Linguagem Regional desde 2011 é patrimônio cultural do Estado do Pará (lei n° 7.548). Segundo a lei as palavras que farão parte desse patrimônio imaterial são: pai d'égua (significa excelente); égua (demonstra a emoção de cada frase); “é-gu-a” (poxa vida); levou o farelo (se deu mal); pitiú (cheiro do peixe); só-te-digo-vai! – (mãe chamando atenção do filho desobediente); te acoca (te abaixa); tuíra (pele ressecada); mas-como então? (explique); bora logo! (se apresse).
O Iphan também realizou o inventário dos Desenhos Ornamentais das Cuias de Monte Alegre e Santarém, do Tacacá, da Fabricação da Farinha de Mandioca, da Ilha de Marajó, das Festividades de São Sebastião, do Complexo Ver o Peso, e dos Ofícios Tradicionais do Centro Histórico de Belém, e das Embarcações Tradicionais de Comunidades Pesqueiras do Pará, no âmbito do Projeto Barcos do Brasil - Inventário Nacional de Referências Culturais.
Também foram concluídos o Mapeamento das Referências Culturais do Estado do Pará e o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) - Levantamento etnolinguístico de comunidades afro-brasileiras (projeto piloto).