Menores infratores participam de oficinas profissionalizantes e ambiental
A Fundação de Atendimento Sócioeducativo do Pará (FASEPA) desde 2009 desenvolve oficinas de reciclagem e horta, com adolescente e jovens privados de liberdade, na "Ação Sócioambiental Terra Viva" - ação integrante do "Projeto Ressignificando Caminhos na Sócioeducação".
A ação Terra Viva criada para ser ferramenta de ensino ambiental, profissionalização, cidadania e sustentabilidade aos menores envolvidos em atos infracionais e que estão cumprindo medidas socioeducativas de internação ou semiliberdade no órgão Fasepa. São diversas as oficinas ministradas: Pneus Móveis (reciclagem de pneus); Paletes Móveis (reciclagem de madeira); Jardinagem e Paisagismo (ervas medicinais e flores ornamentais); Compostagem (reaproveitamento de resíduos vegetais na produção de adubos) e Olericultura (cultivo de alface, reponho e outros).
O coordenador da ação sócioambiental da FASEPA, Antônio Augusto Silva, explicou que mudar atitudes dos menores é um dos benefícios da atividade desenvolvida no órgão - “A ideia é mudar hábitos e dar um novo olhar para a vida deles. No período em que estão cumprindo a medida, tentamos trabalhar não apenas a questão do fazer por fazer. Assim, quando saírem, terão uma visão de cidadão de bem e poderão ajudar na sociedade e até mesmo ter uma profissão”.
PARCEIROS E DOAÇÕES:
Após a reciclagem, serão colocados à venda em feiras de exposição promovidas pelo Governo do Pará. Do total das vendas, 20% do valor é entregue às famílias dos adolescentes, como fruto do trabalho.. Pneus usados, que seriam descartados pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), terão outro destino: o material será transformado em objetos de decoração e domésticos, como móveis e vasos, nas oficinas da Ação Sócio-ambiental Terra Viva, dentro do órgão Fundação de Atendimento Sócioeducativo do Pará (FASEPA), que trabalha com adolescentes privados de liberdade, que cumprem medida sócioeducativa Os pneus doados pelo Judiciário serão reciclados por adolescentes.
No total, foram doados 54 pneus. A diretora do Núcleo Socioambiental do TJPA, Evelise Rodrigues, destacou o compromisso do Judiciário no exercício da cidadania e na preservação do meio ambiente a partir das ações de sustentabilidade. “Um resíduo que não serve mais para nós e que pode ser reutilizado durante o tempo de cumprimento da sua medida socioeducativa possibilita o aprendizado de uma atividade. Então, esse é o maior papel, a gente poder ingressar essas pessoas no mercado de trabalho, com uma ação que favorece a coletividade e meio-ambiente”.
No total, foram doados 54 pneus. A diretora do Núcleo Socioambiental do TJPA, Evelise Rodrigues, destacou o compromisso do Judiciário no exercício da cidadania e na preservação do meio ambiente a partir das ações de sustentabilidade. “Um resíduo que não serve mais para nós e que pode ser reutilizado durante o tempo de cumprimento da sua medida socioeducativa possibilita o aprendizado de uma atividade. Então, esse é o maior papel, a gente poder ingressar essas pessoas no mercado de trabalho, com uma ação que favorece a coletividade e meio-ambiente”.
FEIRAS E EXPOSIÇÕES:
Também ocorrem anualmente exposições nos municípios de Salinas e Mosqueiro. Para a presidente da Fasepa, Terezinha Cordeiro, esta ação é uma excelente oportunidade de mostrar ao público que vem a Salinas todo o potencial criativo e o talento que esses jovens possuem. Ainda de acordo com ela, “essas ações são grandes possibilidades de nós estarmos reinventado um novo modelo de socioeducação para o Estado do Pará, sendo referência para as demais unidades da Federação”, declarou Terezinha.
Um dos adolescentes envolvido na exposição relatou: “Eu não tenho palavras para dizer o que eu estou sentindo nesse momento. Somente agora entendo realmente o significado da palavra liberdade. Obrigado a todos que confiaram em mim e pelos conselhos que me deram”, disse o jovem Pedro (*nome fictício), que não conseguia disfarçar a felicidade em estar pela primeira em vez em Salinas. O rapaz ficou um ano e dez meses cumprindo medida socioeducativa e hoje está há sete dias em Liberdade Assistida.
O que mais chamava a atenção e aguçava a curiosidade das pessoas ao conhecer os projetos, era saber que quem produzia aquelas peças eram jovens que se encontram privados de liberdade ou egressos do sistema socioeducativo, e ver na prática que com um pouco de criatividade, iniciativa sustentável, oportunidade e o desejo de mudança e transformação do ser humano, é possível fazer a diferença por um mundo mais justo e melhor pra todos.
Devido a aceitação e o reconhecimento do público, a partir de agora a iniciativa também fará parte do calendário permanente de ações da Instituição, que visa mostrar aos veranistas que nessa época frequentam os principais balneários da região, um pouco mais sobre a Fasepa, assim como divulgar um pouco mais sobre os dois projetos de educação ambiental que integram o Terra Viva: entre eles o Pneus Móveis e os Móveis em paletes e arte décor.
O Observatório divulgou a relação dos 50 projetos que foram selecionados por desenvolverem boas práticas e inovadoras, em direitos da criança/adolescente, e entre eles, o Terra Viva, projeto de educação ambiental da FASEPA. A engenheira agrônoma e antiga coordenadora do Projeto, Lindalva Santana, diz que a seleção pelo Observatório Nacional, é resultado do trabalho conjunto de educadores sociais e professores que colaboram nas ações socioeducativas, sendo o principal recurso o meio ambiente.
O Observatório de Boas Práticas e Projetos Inovadores em Direitos da Criança e do Adolescente é um evento estratégico do Governo Federal, desenvolvido no Brasil desde 2007, que objetiva reunir e compartilhar experiências de políticas públicas focadas na redução da violência com experiências inovadoras - o encontro do intercâmbio entre gestores e educadores, que acontece em Brasília. O adolescente E. S. C., de 17 anos, é um dos participantes do Terra Viva e que também irá participar do Observatório. O adolescente conta que que as oficinas representam mudança de vida. "Sempre tive estímulo para participar das atividades, na Funcap, mas me identifiquei mesmo foi com o curso de lapidação de gemas. Quero ser um lápidário", declara o jovem, que cumpre medida socioeducativa em regime de semiliberdade, em Belém.