TECIDO HIDROGEL SINTÉTICO (BIOMATERIAL) PROMETE RECUPERAR CORAÇÃO, MÚSCULO E CORDAS VOCAIS

 Um experimento de pesquisadores da Universidade de McGill, no Canadá, permitiu a criação de um novo biomaterial. Combinando conhecimentos de química, física, biologia e engenharia, O canadenses desenvolveram um material de origem biológica (biomaterial) resistente o suficiente para conseguir reparar órgãos como, o coração, os músculos e, principalmente, as cordas vocais. Representando um grande avanço na medicina regenerativa.

"As pessoas que se recuperam de lesões cardíacas muitas vezes enfrentam uma jornada longa e complicada. A cura é desafiadora por causa do movimento constante que os tecidos devem suportar enquanto o coração bate. O mesmo é verdade para as cordas vocais. Até agora não havia nenhum material injetável forte o suficiente para fazer essa função," explicou o professor Guangyu Bao, da Universidade McGill (Canadá) responsável pela pesquisa.

O BIOMATERIAL HIDROGEL

 Uma injeção de hidrogel (biomaterial feito de 98% de soro fisiológico e, 2% de poliamidapermite a reparação de órgãos - um hidrogel é um tipo de material que dá espaço para as células viverem e crescerem. Uma vez injetado no corpo, o biomaterial forma uma estrutura estável e porosa que serve de suporte para que as células vivas cresçam, ou permite que elas "caminhem" para reparar os órgãos lesados. A diferença deste método para os convencionais se dá pela tenacidade e elasticidade, e também por conta do favorecimento da proliferação e do crescimento de células teciduais. 

"Os resultados são promissores e esperamos que, no futuro, o novo hidrogel seja usado como implante para restaurar a voz de pessoas com cordas vocais danificadas, por exemplo, sobreviventes de câncer de laringe," disse Bao.


CORDAS VOCAIS ARTIFICIAIS

Os cientistas testaram a durabilidade do seu hidrogel em uma máquina que desenvolveram para simular a incrível biomecânica das cordas vocais humanas.

No teste, vibramos os materiais a 120 vezes por segundo, por mais de 6 milhões de ciclos, o novo biomaterial permaneceu intacto, praticamente sem danos, enquanto outros hidrogéis já existentes se quebraram em pedaços, incapazes de lidar com o estresse da carga a que as cordas vocais estão sujeitas.

"Nosso trabalho destaca a sinergia da ciência dos materiais, engenharia mecânica e bioengenharia na criação de novos biomateriais com desempenho sem precedentes. Estamos ansiosos para traduzi-los para a clínica," disse o professor Jianyu Li.



HIDROGEL CONTRA COVID-19

De acordo com Bao, a equipe ficou entusiasmada ao ver que o novo biomaterial funcionava perfeitamente. “Antes de nosso trabalho, nenhum hidrogel injetável possuía alta porosidade e resistência ao mesmo tempo”, comenta. Ele conta que a diferença do novo material é um polímero formador de poros na nova fórmula. Os cientistas disseram que a inovação abre novos caminhos para outras aplicações, como a entrega de medicamentos, engenharia de tecidos e a criação um modelo de tecidos para exames de medicamentos e novos tratamentos.

A equipe está até mesmo tentando usar a tecnologia de hidrogel para criar pulmões para testar drogas contra a covid-19. Conforme disse Jianyu Li, professor e pesquisador da Universidade MCGIll em comunicado, “o trabalho destaca a sinergia da ciência dos materiais, engenharia mecânica e bioengenharia na criação de novos biomateriais com desempenho sem precedentes. Estamos ansiosos para trazê-los para a clínica.”

HIDROGEL NA ESTÉTICA

 O hidrogel é também usado para aumento de volume em regiões como o bumbum e as coxas, preenchimento de linhas e rugas no rosto e no pescoço.O produto é regulamentado no Brasil. A marca mais conhecida de hidrogel, chamada Aqualift, tem registro na Anvisa. Sua colocação é, portanto, um procedimento regulamentado pelas autoridades sanitárias do Brasil.

 O médico Fernando de Almeida Prado, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP-SP), afirma que, embora seja um procedimento regulamentado, não há estudos suficientes que garantam a segurança da técnica em longo prazo, por isso é necessário ter cautela.

O paciente deve procurar um profissional habilitado para fazer o procedimento. De preferência, um cirurgião plástico ou um dermatologista com experiência no uso do produto. O estabelecimento onde a aplicação será feita deve ser um centro cirúrgico ou um estabelecimento que tenha condições de atender possíveis intercorrências médicas.

 Ruiz observa que os pacientes devem ficar atentos ao preço do procedimento: valores muito baixos podem indicar que o material utilizado não é original. Segundo ele, o hidrogel é um produto caro e, para se fazer um aumento de volume razoável nos glúteos, por exemplo, utiliza-se ao menos 300 ml de cada lado. “Isso tem um custo realmente bastante alto. Algumas pacientes vão procurar um procedimento mais barato e acabam tendo complicações.” Valéria recomenda que o paciente peça para ver o frasco do produto e, se possível, fotografe a embalagem e o código de barras para que, se houver algum problema relacionado ao produto, ele possa recorrer ao fabricante.

FONTE: Diário da saúde, AdvancedSciense, CanalTech, Bem Estar.

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