ILHAS DE ANANINDEUA, BELAS OPÇÕES DE TURISMO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

Formada por várias ilhas a região insular de Ananindeua guarda atrações de lazer

 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 14 ilhas que estão localizadas ao redor do rio Maguari, na região insular da cidade de Ananindeua (na região metropolitana de Belém). Onde as águas calmas e levemente esverdeadas do rio proporcionam a condição ideal para o deslize suave da rabeta. Durante o trajeto pelo rio principal e igarapés, é possível apreciar toda a beleza das áreas de mata das ilhas e seus mangues, assim como a presença frequente de diferentes espécies de pássaros que pousam e decolam dos galhos mais altos das árvores. Essa talvez não seja a primeira referência que vem à mente quando se fala de Ananindeua, mas o cenário descrito é o de uma região localizada no município que integra a Região Metropolitana de Belém (RMB). Reunindo cerca de 14 ilhas, a região insular de Ananindeua guarda um potencial enorme tanto para o turismo, quanto para o lazer da própria população local.

Reunindo uma rica biodiversidade, o Rio Maguari é o que banha a região das ilhas de Ananindeua. Enquanto o trânsito movimentado da cidade segue o seu fluxo no asfalto, a poucos quilômetros do centro urbano, o que trafega pelas águas do rio são rabetas, canoas e os tradicionais ‘pô-pô-pôs’. Transportam estudantes a caminho do colégio, carregam os matapis instalados pelos moradores da comunidade para a pesca do camarão e, em menor escala, levam também visitantes interessados em conhecer um cenário amazônico que guarda algumas diferenças das regiões de ilhas mais frequentadas, como as de Belém, por exemplo. 

Não apenas o Rio Maguari, como os vários furos e igarapés que se ramificam a partir dele são apenas uma amostra do grande potencial para o turismo náutico e de natureza guardado pelo Estado do Pará também em sua Região Metropolitana.

Proprietário, ao lado da esposa Raquel Ferreira, de uma agência de turismo de imersão e experiência na Amazônia, a Monotour Belém, Leandro Ferreira de Paiva destaca que, mais do que o contato próximo com a natureza em si, a região de ilhas de Ananindeua tem um potencial enorme também para um tipo de turismo que valoriza o contato com os saberes das comunidades ribeirinhas locais. “Essa região de Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara, essas ilhas ao redor formam um arquipélago muito lindo e ainda pouco explorado. A gente vê um potencial gigantesco não só nessa região de Ananindeua, mas na região costeira toda do Pará”, aponta. “O turismo náutico, parando nas comunidades, vivenciando o que eles fazem, a vida ribeirinha é incrível”.

Esse tipo de turismo de imersão no ambiente da floresta e em contato com as comunidades locais é trabalhado por Raquel e Leandro em regiões como, por exemplo, a Ilha do Combu e o que o casal observa é um grande interesse não só de turistas, mas dos próprios moradores do Pará por esse tipo de experiência. “O paraense se surpreende com esse tipo de experiência, mas tem muito a questão da identificação com a raiz dele. Eles falam que isso lembra muito a avó, a infância quando iam para o interior e é muito bom resgatar neles essa memória. Já o turista de fora, qualquer árvore e rio que mostre para ele já é um diferencial muito grande porque não se encontra isso em qualquer lugar”, aponta Leandro. 




EXPERIÊNCIAS 

Para que essas experiências sejam vivenciadas, ele aponta, ainda, que não é preciso de muito luxo ou de muita tecnologia. “A vida simples do ribeirinho, a vida simples que a natureza oferece já é muito. Quem mora na região tem costumes, conhece a natureza, o fluxo das águas, conhece os animais que estão ali, então, eles aprendem junto com a natureza”, considera. “A experiência deles conta muito e muda muito, também, de comunidade para comunidade. Eles têm um certo costume naquela comunidade, naquela ilha, mas em outra ilha pode funcionar de um jeito diferente, apesar de ser semelhante”.

Uma característica diferente observada na região de ilhas de Ananindeua, por exemplo, é que a maioria das famílias que moram no local não costuma construir suas casas na beira do Rio Maguari, mas sim no interior das ilhas, em terra firme. Outra característica apontada pelo remador Antônio Edivaldo, 27 anos, é a calmaria das águas do Maguari, muito propícias para a prática de canoagem, caiaque, Stand Up Paddle. “A diferença é que a água daqui é sempre assim, essa calmaria. Ela não tem aquela maresia comum do rio grande”, aponta Tony, que mantém uma agência de excursão de canoagem ecológica e vivência ribeirinha na região de ilhas de Ananindeua, a Remadores do Sol. “Aqui é ideal para Stand Up Peddle porque não tem maresia e é o tempo todo assim, na baixa ou na cheia. É um ponto bom também porque não tem muita movimentação de lanchas e jet ski”.

Tony explica que o Rio Maguari começa ainda em Icoaraci e se estende até a região de Benfica. Como ele vai se ramificando ao longo do percurso, por esse mesmo rio é possível chegar até as pontes de acesso às ilhas de Mosqueiro e Outeiro. Em Ananindeua, um dos acessos possíveis ao rio se dá pelo bairro do Curuçambá, na Marina Canto da Ilha. Continuando a navegação, mais à frente chega-se ao Porto do Surdo, no final da linha do Curuçambá e de onde saem barcos de linha para o transporte dos moradores da região das ilhas. “As maiores comunidades que temos aqui são a Comunidade Nova Esperança, na ilha de João Pilatos, e também a Comunidade do Picolé e a Comunidade Santa Maria”, explica.

Nascido e criado na região das ilhas de Ananindeua, o ribeirinho Édson Guedes da Silva, mais conhecido como Picolé, e a esposa Antônia Farias mantêm um restaurante no furo da Bela Vista, ramificação do Rio Maguari. Mais uma particularidade da região das ilhas de Ananindeua, o Restaurante do Picolé funciona por agendamento, de quinta-feira a domingo. “Os clientes ligam para a gente avisando que vão vir e a gente prepara tudo, é por agendamento. Tem muitos clientes de Belém que já conhecem a gente e, quando querem vir, ligam e agendam”, explica, ao contar que o camarão e o filhote servidos no restaurante são pescados ali mesmo na região. “Aqui servimos o filhote assado de brasa, a dourada, galinha caipira, o camarão no bafo e o açaí também da região”.

É das águas que o casal Maria Oliveira, 71 anos, e Reinaldo Queiroz, 61 anos, também retira o pescado que vai para a mesa. Apesar de perceber que a fartura era maior há algum tempo, Maria conta que ainda hoje é possível pescar espécies como pratiqueira e piramutaba, além de camarão. Já o açaí vem do próprio quintal. “Eu morei 50 anos em Belém, mas não me acostumo mais a morar na cidade”. 

Natural do município de Bragança, Maria conta que conheceu o esposo Reinaldo, que é natural de Barcarena, em Belém. Compartilhando da vontade de morar afastados do centro urbano, os dois se mudaram para a região das Ilhas de Ananindeua há 10 anos. “Para mim é uma alegria. Aqui a gente tem uma paz, uma tranquilidade. A gente come o nosso peixinho, o nosso camarão, o nosso sirizinho. Os nossos netinhos vêm nos visitar e ajudam a fazer aquela alegria. Não tem coisa melhor”. 

COMO CHEGAR

 Um dos acessos possíveis à região das Ilhas de Ananindeua se dá por marinas como a Marina do Canto da Ilha, localizada na Rua Manoel Rosa, com acesso a partir da Estrada do Curuçambá. No local há estrutura de restaurante e lazer, com funcionamento aos finais de semana. No local também ficam instalados grupos de prática de canoagem, remo e Stand Up Paddle. Para seguir de barco a partir do local, é preciso fazer contato prévio com alguém que conheça a região e que disponha de embarcação

Outro ponto de acesso é a partir do Porto do Surdo, localizado às proximidades do final da linha do Curuçambá. De lá, saem embarcações de linha que fazem o transporte dos moradores da região das ilhas.

 ESTRUTURA

A maioria dos restaurantes instalados na região funciona aos finais de semana e por agendamento, como é o caso do Restaurante do Picolé. Maiores informações podem ser obtidos no número (91) 98058-4424.

Outra opção é o Restaurante Flutuante Angra, localizado no furo do Maguari, e que também funciona aos finais de semana. A plataforma fica instalada no meio do rio, próximo à Marina do Canto da Ilha. Aos finais de semana, o restaurante flutuante atraca na plataforma e oferece refeições e bebidas. Maiores informações podem ser obtidas pelas redes sociais do local, no @flutuanteangra no Instagram.

PASSEIOS

Informações sobre passeios de turismo de imersão, realizados pela agência Monotour, podem ser obtidas através do perfil da no instagram monotour_belem e no facebook monotour.belem1

Para informações sobre as práticas de canoagem, caiaque e, vivência ribeirinha   realizadas pelo Remadores do Sol na região podem ser obtidas através do número (91) 98528-4449.

FONTE: DOL.

OFICINA DA EMATER SOBRE APROVEITAMENTO DA MACAXEIRA

Cerca de 30 pessoas entre adultos e jovens residentes na Comunidade João Pilatos, região das ilhas de Ananindeua, na Grande Belém, participaram em agosto da retomada de oficinas, pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em Ananindeua, na região da ilhas do município. Entre as delícias que utilizam a macaxeira como ingrediente, ensinadas aos participantes da oficina, estiveram o vatapá, pão e até pizza, todos feitos com a massa da macaxeira e outros ingredientes produzidos na comunidade.

A extensionista social da Emater, Hilma Gurjão, foi a ministrante da oficina que teve o objetivo de apresentar aos participantes alternativas para a geração de renda.

“Acreditamos que o objetivo foi alcançado, pois o propósito foi ensinar as técnicas de preparo de alimentos utilizando produtos existentes na comunidade como a macaxeira, o camarão regional, o jambu e o coco. Assim os participantes podem incrementar e diversificar o cardápio alimentar e garantir uma nova fonte de renda para que as mesmas possam empreender e servir de agentes multiplicadoras na comunidade”, explica Hilma.

 A agricultora Elizângela de Souza preside a Associação de Moradores e Pequenos Produtores Rurais de João Pilatos (AMPPRJP), que deu apoio com a cessão do espaço para a realização da oficina. Ela afirma que a atividade despertou o interesse dos homens e mulheres, jovens e adultos da comunidade, pois mostrou que é possível valorizar os produtos que fazem parte da realidade da Ilha.

 “A Emater, por meio dessa oficina, nos trouxe esses ensinamentos sobre essas alternativas de preparação desses alimentos e sobre todos os cuidados. A gente produz a macaxeira, produz o jambu, o cheiro verde e também tem os pescadores que pescam o camarão aqui nos rios da nossa comunidade. E isso foi algo bom porque vimos que podemos usufruir de algo que está dentro do nosso dia a dia e que isso pode até nos gerar renda”, afirma a agricultora. Por conta da pandemia, essa foi a primeira oficina sobre o aproveitamento de macaxeira, realizada na comunidade.

" A Emater já assiste a região das ilhas há quase 25 anos e agora estamos retomando nossas atividades após a pandemia e indo com mais frequência às comunidades que integram as ilhas de Ananindeua”, informa Tangrienne Nemer, engenheira florestal do escritório local da Emater em Ananindeua. Além da realização de oficinais, visitas para a assistência técnica e outras capacitações voltadas à produção rural familiar, o escritório da Emater em Ananindeua realiza também a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para os agricultores da comunidade.

FONTE: Agencia Pará.


Comentários
0 Comentários

Postar um comentário