UM POVO LÁ DE BRAGANÇA, A MARUJADA DE ANANINDEUA

  Ao ritmo da marujada bragantina e com a alegria das cores vermelha e branca do glorioso São Benedito, a Associação da Marujada de São Benedito de Ananindeua, (presidente Raimundo Ferreira de Souza, bragantino residente em Ananindeua), formada por bragantinos que mudaram da cidade de Bragança para a Região Metropolitana de Belém (capital do Estado), festeja há mais de 30 anos a devoção ao seu santo protetor, realizando no primeiro domingo de janeiro a Festividade de São Benedito, aos moldes da realizada em Bragança, celebrando a “bragantinidade”.

  A programação no clube Asuepa (Associação dos Servidores da UEPA, BR-316 Km 09), de fronte a igreja Matriz da cidade de Ananindeua, com diversas atividades. Tendo início às 9h da manhã com Santa Missa; às 10h café da manhã; às 11h apresentação da Marujada de Ananindeua e Bragança; às 12h30 servido almoço para os marujos e marujas; 16h procissão de São Benedito percorrendo a BR 316, com os devotos levando duas imagens de São Benedito, e às 22h queima de fogos marcando o encerramento da festividade.


  Além da devoção, a festividade em Ananindeua, foi criada por dona Amélia Sulamita, que sofria de deficiência visual e prometeu que se ficasse boa da visão criaria a festa. Com a graça alcançada, Sulamita, hoje com mais de 80 anos, comandou as festividades durante 5 anos com ajuda de Raimundo Ferreira.

  A marujada virou um folguedo típico das regiões Norte e Nordeste brasileiro, considerada uma das mais importante representação religiosa e cultural popular, em homenagem a São Benedito, derivada do fandango de Portugal, que comemora as conquistas na era dos descobrimentos marítimos (séc XVI e XVII) e, retratam também, a difícil vida dos marinheiros em mar. Chegou ao Brasil, através da colonização portuguesa. Mas, sofreu, em terras brasileiras, modificações. Ganhou força no Brasil quando os senhores brancos atenderam ao pedido dos escravos para criarem a Irmandade de São Benedito. Como agradecimento, os negros dançaram de casa em casa.

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  O grupo Marujada de Bragança (Irmandade da Marujada de São Benedito e Diocese de Bragança) é sempre convidada especial (João Batista, presidente), Ananindeua recebeu 75 pares de marujas e marujos bragantinos, juntamente com a capitoa da festa, Aracilda Corrêa, e o capitão, José Maria Santiago, além do grupo de música com banjo, rabeca, cavaquinho e percussão. As marujas comandaram a roda, o retumbão e o xorado, ritmos dançados em pares e em grupo, além da mazurka, da valsa, e claro, do xote bragantino. Além da marujada de Bragança, este ano o grupo folclórico Parananim também animou a festividade, onde mais de mil pessoas participam.

  Grupo Folclórico Parananin, criado em 1996 no municipio de Ananindeua, através da união de amigos, com objetivos de pesquisar, preservar e difundir a manifestação cultural de base e aspectos folclóricos paraenses, através do estudo da dança e música tradicionais. O nome do grupo, faz referência a Ananindeua, por ter nascido neste município, O nome Ananindeua é de origem Tupi, devido na região ter grande quantidade da árvore chamada Anani (Symphonia globulifera), que produz a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das embarcações.
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